sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Índios


Arte pela arte.
Estudava isso lá nos remotos tempos de escola, "umas das características do Parnasianismo"... era isso e apenas isso que diziam. Foi nos bailes da vida que fui entender melhor... a arte se valendo apenas da estética, sem precisar de qualquer contexto político, filosófico, pedagógico, moral, enfim, qualquer fator agregador. O post de hoje é isso, um desejo simples de "arte pela arte".



Ouvi o novo disco da Leila Pinheiro, chamado "Meu Segredo Mais Sincero" só com músicas de do Renato Russo e Legião Urbana. Sabe quando dá vontade de sentar e só ouvir? Só curtir? Com esse disco foi assim, apaguei a luz e a mente e ouvi... não precisa nem ler o que eu escrever... mas por favor, ouça com atenção e tudo já terá sido dito.

Mas se quiser, acompanhe:

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.